O modelo de ensino utilizado hoje no Brasil se deu na reforma universitária do governo militar, no final dos anos 1960, entretanto, hoje esse modelo passou a ser considerado defasado, sendo necessário um novo currículo e modelo de ensino superior. Para criar a “revolução”, foram propostos experimentos.
A partir disso, na Universidade Federal da Bahia, em 2006, colocou em pauta a reforma, sendo que seria dado um foco na reforma curricular e renovação do ensino de graduação. Com isso, o Plano de Desenvolvimento Institucional foi moldado e levado a discussão, isso após muita formulação e contribuição de profissionais de diversos ramos. Posteriormente, seria aceito pela Secretaria de Ensino Superior do MEC (Ministério da Educação). Assim, foi dado o sopro da vida no REUNI (Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação da Universidade Federal).
A partir do ano de 2009, na UFBA, entrou em prática a reforma. Possuindo em seu objetivo a capacidade de formar profissionais interdisciplinares, o regime dos cursos agora aconteceria em dois ciclos, sendo o primeiro de formação geral e o segundo de formação específica. Dentro desses ciclos, existem os eixos e blocos. Os eixos da formação geral são: Eixo de Linguagens, Eixo Interdisciplinar e Eixos Integrados da Formação Geral. Na formação específica encontram-se: Eixo de Orientação Profissional, Eixo na Área de Concentração e Eixo Integrador. Esses eixos podem ser obrigatórios, optativos (que integram a área de formação) e livres (que ficam a critério do aluno escolher).
Dentro do Eixo de Linguagens estão: a Língua Portuguesa, Poder e Diversidade Cultural, Oficina de Leitura e Produção de Textos, Redação de Textos Acadêmicos e Técnicos. Além disso, são encontradas a Língua Estrangeira (que vai depender da disponibilidade da instituição para ofertar), a Linguagem Matemática (que vai trazer conhecimento da linguagem universal de símbolos e oferecer melhora lógicaformal) e Linguagem Artística (trazendo práticas artísticas e separando alunos com experiência dos que não a possuem). No eixo interdisciplinar existem dois blocos: O Estudo da Contemporaneidade, que divide-se em três áreas de estudo, e a Formação nas Três Culturas. Já nesse nível de estudo, o aluno é apresentado à interdisciplinaridade.
Na Formação Específica, o ingresso se dá com base no desempenho obtido na Formação Geral (para quem sair dela e pretende ingressar), os componentes serão optativos e ofertados com base no curso que formou-se na FG. Nesse bloco, existem três eixos: Orientação Profissional, Área de Concentração e Eixo Integrador que dependerá da Área de Concentração do aluno para vir a realizar Atividades Curriculares em Comunidade, Atividades Curriculares em Instituição, Iniciação à Pesquisa, entre outros.
As formas de ingresso num curso de BI passam por duas hipóteses: um exame geral e seleção com base no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sofrendo reajustes. Ao concluir o BI, o aluno terá acesso ao seu diploma, e poderá prestar seleção para licenciaturas específicas (caso habilitado para docência), para cursos profissionais (caso habilitado para carreira específica), ou mesmo uma pós-graduação, mestrado ou doutorado. Também lhe é possível ao final da FG um Diploma de Curso Sequencial, que lhe permitirá acesso a cursos superiores de Educação Profissional Tecnológica.
No processo de avaliação podem ser utilizados (até simultaneamente) o teste de conhecimento, coeficiente de rendimento durante o curso, rendimento em trajetórias pré-profissionais, exame anual, e seminário (dependendo da área).
Por fim, esse modelo de educação procura abrir o leque da base que vai flexibilizar o ensino e diminuir as taxas de desistência/evasão. Esse projeto traz uma visão com autonomia do aluno de forma a ser atual, se permitindo correção para acompanhar as demandas da sociedade. Hoje não só no Brasil já estão vigentes os modelos de BI, mas em países mais desenvolvidos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
SANTOS, Boaventura; FILHO, Naomar. A Universidade no Século XXI: Para uma Universidade Nova. Coimbra: 2008.
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